sábado, 25 de setembro de 2010

Jovens de classe média tinham 'provador' oficial de droga, diz polícia

Segundo delegado, grupo tinha encarregado pelo 'controle de qualidade'.
Jovens foram presos nesta quarta (22) após quatro meses de investigações.


Os jovens de classe média alta presos nesta quarta-feira (22) por suspeita de integrar uma quadrilha de tráfico de drogas tinham até um encarregado pelo controle de qualidade da droga vendida, segundo revelou a polícia.

"Eles tinham um provador, que saía daqui de Búzios e ia a São Paulo e Mato Grosso provar a droga, dizendo se a droga era boa ou ruim, e eles adquiriam ou não a droga", disse o subsecretário de Inteligência da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa.

Com conexão em vários estados, a quadrilha de tráfico de drogas desarticulada pela Polícia Civil do Rio nesta quarta-feira (22) atuava como um grande consórcio empresarial, e era formada por surfistas, organizadores de festas, DJs de boates badaladas e universitários. O grupo, que chegava a comprar cerca de 150 quilos de maconha por mês, conseguia comprar o entorpecente pelo melhor preço do mercado.
Eles tinham um provador, que saía daqui de Búzios e ia a São Paulo e Mato Grosso provar a droga"
Rivaldo Barbosa, subsecretário de Inteligência da Polícia Civil.
 
“Eles aproveitavam as oportunidades de negócios”, afirmou o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, ao apresentar o resultado da operação, que contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecco), do Ministério Público, e a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública.

A operação, batizada de “Consórcio”, mobilizou cerca de 80 homens desde cedo. Dezesseis pessoas foram presas em locais como Búzios, Niterói, Macaé e São Paulo. Os policiais apreenderam aproximadamente 50 quilos de maconha e apenas uma pistola. “Uma das características da quadrilha era não usar arma”, acrescentou Turnowski.

A principal droga vendida pela quadrilha era a maconha hidropônica (cultivada à base de água e com maior concentração do princípio ativo), mas também distribuíam cocaína e até crack. Os compradores da droga destinavam a um outro grupo as abordagens de venda. Os consumidores potenciais eram encontrados em festas, boates e nas praias, principalmente as de Búzios, na Região dos Lagos.

Quatro meses de investigações...

A investigação foi iniciada há quatro meses, mas o subsecretário de Inteligência acredita que o grupo atuava há pelo menos oito meses. Entre os presos estão dois irmãos, que trabalhavam na noite como DJs em boates. Um deles já foi preso em 2004, também por tráfico de entorpecentes.

De acordo com a investigação, os integrantes da quadrilha iniciaram o negócio comprando maconha de um traficante da Favela de Manguinhos, no subúrbio, mas, depois que descobriram um contato em São Paulo passaram a comprar direto com o grande fornecedor, que trazia carregamentos do Paraguai. As articulações apontam ainda contatos em Guarapari, no Espírito Santo, onde um suspeito foi preso, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Laje do Muriaé e Macaé, no Norte Fluminense.

Fonte: G1/RJ

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