A verdadeira prevalência do uso do crack na gestação é difícil de determinar porque as gestantes usualmente omitem esta informação.
Sabe-se, no entanto que incidência e maior nas grandes cidades e que cerca da metade das usuárias gestantes tem menos de vinte anos de idade.
Os recém-nascidos de mães que fizeram uso de crack durante a gravidez podem apresentar dependência e síndrome de abstinência, uma vez que o crack atravessa a placenta com facilidade. Os problemas neonatais imediatos relacionados ao uso da droga são asfixia, prematuridade, baixo peso e diminuição do tamanho da cabeça. Existe nessas crianças um maior risco de transmissão de HIV e sífilis que são comuns entre as usuárias.
A síndrome de abstinência encontrada nos recém-nascidos inclui choro estridente, dificuldade de sucção, diarréia, vômito, febre, tremores, palidez e convulsões. A longo prazo crianças que tiveram contato com o crack na vida intrauterina podem desenvolver dificuldade de aprendizagem, atraso do desenvolvimento da linguagem e do raciocínio, prejuízo da memória e da compreensão verbal. A síndrome da morte súbita do lactente está altamente associada ao consumo materno de drogas. As mulheres não devem, sob qualquer circunstância, amamentar seus filhos enquanto estiverem fazendo uso do crack. Além de tudo, é comum o abandono e a violência contra a criança nessas famílias.
Deve-se, sempre ser incentivado o acompanhamento familiar durante a gravidez e o puerpério de maneira rigorosa pelos profissionais de saúde, pois as consequências do uso materno de drogas podem afetar a criança por toda a sua vida.
Fonte: Erika Milhorin (Médica Pediátra) - Jornal de Uberaba.
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