Inserido no fígado de ratos, o MitoQ conseguiu evitar os danos causados às mitocôndrias pelo excesso de álcool.
Um antioxidante sintético chamado MitoQ consegue prevenir os danos causados ao fígado pelo consumo excessivo de álcool. A descoberta, feita por uma equipe americana financiada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e publicada no periódico Hepatology, poderá ser uma alternativa eficaz no tratamento da esteatose (acúmulo anormal de gordura no fígado), doença que pode levar à cirrose e ao câncer.
Para chegar aos resultados, a equipe de cientistas coordenada por Victor Darley-Usmar, da Universidade do Alabama, Estados Unidos, introduziu o MitoQ na mitocôndria de ratos, que ingeriam bebidas alcoólicas em excesso.
Gordura – Os alcoólatras crônicos, aquele que ingerem a bebida em excesso todos os dias, possuem um excesso de gordura nas células do fígado. Isso acontece porque, quando o álcool é metabolizado no fígado, os radicais livres que se originam acabam por danificar as mitocôndrias no órgão. Isso acaba, então, facilitando a formação de depósitos de gordura no fígado, desequilíbrio que pode levar à cirrose.
De acordo com a pesquisa de Darley-Usmar, no entanto, o antioxidante MitoQ consegue interceptar e neutralizar esses radicais livres antes que eles danifiquem a mitocôndria. Assim, é possível evitar que ocorra a cascata de reações químicas que acaba culminando no acúmulo irregular de gordura.
Mas, segundo Darley-Usmar, ainda são necessários mais estudos para comprovar a eficiência do tratamento com o antioxidante em humanos. “Infelizmente, estudos anteriores mostram que o uso de antioxidantes em humanos não é tão eficaz como prevíamos. Mas a nossa pesquisa tem uma diferença fundamental. Agora, nós localizamos uma região específica da célula, a mitocôndria”, diz.
Síndrome metabólica – Segundo o cientista, a descoberta da ação do MitoQ poderá ainda beneficiar pacientes com síndrome metabólica. “Essa síndrome tem uma interação complexa de fatores, causadas pela obesidade, que incluem danos ao fígado por um aumento nos radicais livres, na falta de oxigênio e no depósito de gordura. É algo muito similar ao que acontece com o consumo excessivo de álcool”, diz.
Fonte: VEJA
Fotos: Giu
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