Das 14 instituições, quatro contam somente com um vigia; caso de adolescente resgatado evidencia o problema
A segurança dos Centros de Atenção Psicossociais (Caps) preocupa. Esta semana, um adolescente de 17 anos, que cumpre medida sócio educativa, foi resgatado por outros dois jovens do Centro de Atenção Psicossocial Infantil (Capsi), no bairro Vila União. Armados, os infratores chegaram a disparar tiros contra um funcionário, mas a arma falhou. O episódio chama atenção pela audácia.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Saúde Mental do Município, Rane Félix, dos 14 Caps do Município, dez possuem reforço da Guarda Municipal e quatro, somente com um vigia.
A dona de casa Liduína Sousa Miguel, 46 anos, estava com a filha no momento do ocorrido e, ontem, um dia depois, teve de retornar para uma consulta. Ela revelou que estava apreensiva. Liduína conta que, quando os dois rapazes entraram, o vigia não estava na entrada.
O porteiro Francisco Rômulo Dias da Silva, que acompanhava a filha numa consulta ontem, reclama da falta de controle na entrada do Capsi. "Qualquer um pode entrar", critica.
Funcionários que preferiram não se identificar informaram que a segurança do Capsi é feita apenas por um vigia. Eles reivindicam a presença da Guarda Municipal.
No Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), da Regional I, a situação é bem diferente. Logo na entrada, dois guardas municipais abordam quem chega para confirmar se realmente trata-se de usuários em tratamento. A unidade conta ainda com um vigia e um segurança terceirizado, que trabalha armado. Mas, de acordo com a coordenadora do Caps AD, Ticyane Saunders, a realidade nem sempre foi essa.
Segundo a coordenadora, o reforço da Guarda Municipal era uma reivindicação antiga, que só se tornou viável quando um incidente quase termina em tragédia. Um vigia foi esfaqueado e baleado, mas resistiu.
Medidas
Rane Félix informou que se reunirá hoje, com o diretor da Guarda Municipal, Arimar Rocha, para debater como poderão reforçar a segurança dos Caps com a Guarda Municipal. A coordenadora adianta que irá chamar todas as entidades que trabalham com crianças e adolescentes infratores para discutir a questão. Sobre o incidente desta semana, ela afirma que a responsabilidade é do Centro Educacional, que deveria providenciar a escolta.
LUANA LIMA
REPÓRTER
Fonte: Diário do Nordeste
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