Encontrados em qualquer quiosque dos Estados Unidos e vendidos clandestinamente na internet para qualquer lugar, os cigarros eletrônicos estão fazendo cada vez mais sucesso pelo mundo. As informações sobre seus efeitos sobre a saúde, porém, ainda são muito limitadas — no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vetou o equipamento. Pesquisadores da Universidade da California-Riverside testaram cinco marcas de cigarros eletrônicos para saber o quão seguros eles são. Todos foram reprovados.
O resultado do estudo foi publicado na edição deste mês da revista Tobacco Control. Diferentemente dos cigarros tradicionais, que funcionam à base da queima de tabaco, os eletrônicos vaporizam a nicotina, com outros diversos compostos químicos, na forma de aerossol. Por isso, parece sair uma fumacinha da ponta do cigarro, que, na verdade, é uma névoa de toxicidade. Os pesquisadores lembram que ainda se sabe muito pouco sobre os efeitos do aerossol e clamam que os equipamentos saiam urgentemente das prateleiras, até que a segurança seja avaliada adequadamente.
“Muitas pessoas acreditam que os cigarros eletrônicos são um substituto seguro dos convencionais, mas não há estudos científicos suficientes para provar sua segurança. O nosso estudo, um dos primeiros a testá-los, mostra que esses produtos têm muitas imperfeições, que podem causar sérios problemas de saúde pública”, disse Prue Talbot, diretor do Centro de Células Tronco da UC Riversidade, por meio de uma nota distribuída à imprensa. O professor de biologia celular e neurociência participou do estudo, juntamente com Anna Trtchounian, a principal autora da pesquisa. Juntos, eles examinaram o design, a claridade e a precisão das embalagens quanto às informações de quantidade de nicotina e modo de uso.
Segundo eles, faltam informações importantes sobre o uso. Além disso, qualquer fissura nos cartuchos pode expor a nicotina, fazendo com que um perigoso efeito químico se espalhe — não só no organismo do fumante, mas em todo o ambiente. Outra preocupação é que, na falta de uma regulamentação do produto, não raramente ele é contaminado. “Mais informações sobre o potencial tóxico e os efeitos no organismo dos vapores do cigarro eletrônico são necessárias, antes que possamos ter uma resposta definitiva sobre a segurança desse produto”, alertam os autores do estudo.
Fonte: Anvisa
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