Teste criado na USP de Ribeirão Preto ajuda médicos a tratarem problemas de saúde em recém-nascidos
Um método inédito no Brasil desenvolvido na Universidade de São Paulo (USP) permite identificar, pelas análises do mecônio (as primeiras fezes do recém-nascido), se a mãe consumiu cocaína ou crack a partir da 12.ª semana de gestação. O método poderá ajudar a salvar bebês, caso as mães omitam a dependência química.
O trabalho foi realizado pela pesquisadora Marcela Nogueira Rabelo Alves, do Departamento de Toxicologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas do câmpus de Ribeiro Preto da USP.
As amostras usadas na pesquisa foram coletadas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. No total, foram analisadas amostras de 36 recém-nascidos. Com os resultados dos exames, os médicos poderão diagnosticar com maior precisão os problemas ou deficiências apresentados pelos bebês. É possível averiguar até mesmo se uma eventual morte tem relação com o consumo de cocaína ou crack pela mãe durante a gestação.
Em parte das amostras de mecônio coletadas, os resultados foram positivos - e as mães haviam informado que consumiram droga durante a gravidez, o que reforça o resultado do método. Em outras amostras analisadas pela pesquisadora, com resultados também positivos, as mães não haviam admitido o uso de nenhuma substância ilícita.
"O mecônio começa a ser formado a partir da 12.ª semana de gestação, portanto, antes disso não conseguimos detectar se a mãe consumiu ou não cocaína ou crack nem a quantidade", diz Marcela.
A pesquisadora diz que o método de identificação de droga pode ser usado em hospitais de grande porte, como o Hospital das Clínicas, que tem o aparelho específico para esse tipo de análise (que é importado e custa US$ 100 mil). Além disso, os aparelhos precisam ser ajustados para poder realizar o teste.
Fonte: Estado de São Paulo
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