Fumaça contaminada pode passar por sistema de ventilação e pelas paredes.
Os fumantes não precisam estar perto de crianças para fazê-las sofrer com o cigarro. Um estudo recente mostra que elas estão expostas às consequências do fumo passivo mesmo que ninguém da família fume. E o tipo de casa onde elas moram têm forte influência nesse resultado.
A partir de um exame laboratorial, os cientistas puderam medir a quantidade de tabaco existente no sangue de crianças que vivem em prédios e concluíram que mais de 84% delas estão expostas à fumaça do cigarro, que passa de um apartamento a outro por meio de pequenos furos nas paredes ou até mesmo pelo sistema de ventilação do edifício. Entre as que moram em casas geminadas, o índice de contaminação é de 80%, enquanto em residências tradicionais, a taxa cai para 70%. A pesquisa foi realizada com 6.000 crianças e adolescentes, entre 6 e 18 anos.
Consequências
Especialistas enfatizam que não existem níveis seguros de exposição ao tabaco. Quem fica exposto ao fumo passivo têm maior risco de desenvolver várias doenças, como complicações respiratórias, asma e síndrome da morte súbita infantil. O estudo, feito por cientistas da Universidade de Rochester, do MassGeneral Hospital for Children e pela Academia Americana de Pediatria, é o primeiro que mostra uma evidência significativa sobre essa relação.
“Os pais tentam proteger seus filhos de vários perigos, como o cigarro. É surpreendente ver esses resultados e perceber que muitos pais não têm como controlar o fumo passivo na sua própria casa”, destaca Karen Wilson, autora do estudo e professora de pediatria da Universidade de Rochester. “Em geral, os fumantes costumam ser bastante respeitosos ao não expor crianças e não-fumantes à fumaça em ambientes fechados. Essa pesquisa vai ajudar a promover a noção de que não é aceitável de jeito nenhum fumar em ambientes fechados, mesmo que em seu próprio apartamento, porque a fumaça consegue chegar ao corpo de crianças que vivem em outras moradias”, completou Jonathan Winickoff, do MassGeneral Hospital for Children.
A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira na edição online do periódico científico Pediatrics.
Fonte: Revista VEJA
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