Segundo dados da CNM, 71% dos municípios têm problemas com crack. Secretária Paulina Duarte contestou rigor metodológico do levantamento.
A secretária-nacional adjunta de Política sobre Drogas, Paulina Duarte, rebateu na tarde desta segunda-feira (13) dados de uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), segundo a qual 71% dos municípios brasileiros têm problemas com crack. Segundo a secretária, não há nenhuma pesquisa feita no Brasil com bases metodológicas que mostrem o número de usuários da droga e os municípios afetados pelo crack.
Paulina disse que há uma pesquisa que está sendo elaborada em parceria com a fundação Oswaldo Cruz no valor de R$ 7 milhões e que os primeiros dados devem ser divulgados em fevereiro de 2011. O levantamento está sendo feito com 22 mil usuários da droga e fará atestagem da presença do vírus da Aids, Hepatite B e C e tuberculose.
“Qualquer numero é especulação. Não há no Brasil pesquisa que indique com rigor metodológico o numero de usuários de drogas nem de municípios atingidos”, disse Paulina Duarte. Segundo a secretária, a maior parte dos R$ 410 milhões destinados para o Plano Integrado de Enfrentamento ao crack já está empenhada.
Paulina ainda falou que os editais que integram o programa serão relançados devido à baixa procura dos municípios. No caso dos leitos para comunidades terapêuticas, dos 2,5 mil ofertados pelo programa, apenas 147 municípios apresentaram propostas. Já no edital das casas de acolhimento transitório, em que há oferta de 40 casas, 45 municípios apresentaram projetos.
Segundo ela, todos os recursos do governo para programas de combate a drogas são repassados aos municípios por meio de editais. “Os prazos serão reabertos porque o plano foi lançado em maio, mas tivemos as questões eleitorais, que atrasaram um pouco. O Plano de Enfrentamento ao Crack está com R$ 410 milhões previstos por medida provisória este ano e já temos os recursos garantidos para o próximo ano”, disse.
Paulina considerou como “temerários” os números apresentados pela CNM que dizem que 71% dos municípios têm problema com o crack. “Acho meio temerário que 71% tenham problemas com o crack. Se fizermos um estudo epidemiológico, com certeza todos terão um caso, mas não há no Brasil nenhum estudo sobre o consumo de crack”, afirmou.
Ela disse ainda não concordar com a afirmação da pesquisa de que 48% dos municípios não têm qualquer ação de combate ao crack. No entanto, Paulina afirmou aceitar críticas. “As críticas fazem parte da sociedade democrática. Não me ofendem.”
Fonte: G1
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